terça-feira, 19 de abril de 2011

Dia ao Sol

O gramado sob nossos corpos era verde esmeralda e ainda emanava um suave perfume matinal. Nossos corpos deitados ali, tocando-se suavemente fremiam com a estática produzida por nosso amor. Ao acariciar sua nuca suavemente, embaraçando meus dedos em seus cabelos, podia sentir aquela deliciosa essência. Sua cabeça apoiada em meu peito, a subir e descer no mesmo ritmo que minha respiração, fazia com que o momento parecesse mais sublime ainda.
As palavras ligeiras e descontraídas que trocamos ali, deitados por sobre a relva, eram como as águas de uma cascata, brilhando translúcidas contra os raios do sol, a fluir eternamente. Seu riso fácil, fagueiro e musical fazia com que minha pele se arrepiasse, e perguntava-me como algo tão trivial podia ser tão sublime. A maciez de sua pele era surpreendente, de brancura marmórea e a textura de um lírio. Tudo aquilo parecia surreal.

Por horas deitamos ali, vendo o sol descer até que preenchesse o dia com aquela bela luz crepuscular e avermelhada. Que faz com que o mundo pareça menos real, e mais parecido com o que poderia ser o paraíso. Felicidade assim é reservada apenas aos mais felizes dos seres humanos – aqueles que encontram o verdadeiro amor.  Até este momento lembro-me dessa tarde distante, e hoje, quando os dias que se apresentam diante de mim estão em menor número do que aqueles que já vivi, tenho certeza de que sou feliz. Pois de tudo aquilo que sonhei para mim posso não ter alcançado completo êxito, mas cada dia desses foi plenamente compensador. Fui feliz e ainda sou. 

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