sábado, 4 de junho de 2011

A Queda do Grande Astro-Rei (Parte 2)

 O grande e poderoso Astro-Rei, no auge de seu trono dourado, com raios fulgentes de aurora ao seu redor e longas sombras crepusculares aos seus pés, fora cegado pela vil soberba e pela jovem terra enamorou-se. Dirigindo todo seu esplendor para o pueril planeta perdeu de vista sua eterna Rainha-Luz, e dessa forma sua tragédia se consumou. Cegado, perdido em sua grande arrogância, o Astro-Rei não se apercebeu do desaparecimento de sua companheira, e quando a si voltou por eras a procurou, derramando seus raios quentes e luminosos sobre a face da terra, em sua busca incessante, a desolação o tomou, e não mais era tão poderoso ou radiante.
 Mas nesse infindo buscar, o solo da Terra aqueceu, e com sua luz a pulsar, com verdes plantas e célere fauna a Terra preencheu. O fruto de sua jornada foi a evolução da vida, e naquele planeta antes jovem e pueril, com todo seu esplendor a civilização floresceu. O fruto degenerado de seu maior erro, a carne de todo planeta consumiu, e de suas entranhas cavou e arrancou riquezas e minerais. Já não mais tão bela quanto antes, já não mais pura e intocada, por sua vingança a Terra bramiu. Invocando todo o fogo de seu interior ao grande Astro-Rei puniu, fazendo com que a essência fosse tirada do poderoso astro de chamas, parando-o no meio de sua viagem entre horizontes e lançando sua quintessência dentro de um corpo mortal, despejando-o entre seu fruto não amado, a civilização.

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